TELEVISÃO E EDUCAÇÃO
A Televisão como ferramenta
 
1. A IMPORTÂNCIA DA TELEVISÃO
Nos períodos que antecedem as eleições, seja para presidente, governadores ou prefeitos, os candidatos após o término do primeiro turno dizem a mesma frase: "Agora vai ser diferente! Teremos o mesmo tempo na TV!". Essa é uma referência que já, sem dúvida nenhuma, revela o poder de penetração que a Televisão tem sobre o povo do nosso país.
Televisão é entretenimento. Partindo dessa verdade, o telespectador procura uma programação que o mantenha atento diante da tela. Ele quer sentir emoções, sem pedir por elas. Ele quer se sentir informado, sem se sentir ignorante. Ele que aprender sem se sentir em uma escola.
A Televisão brasileira é uma excelente contadora de histórias. Tanto que faz sucesso mundial com as telenovelas. Ela não veio para substituir o rádio, cinema ou jornal, ela veio para ser um novo meio de comunicação que aprendeu com esses outros meios, já que seus profissionais, principalmente no início, vieram do rádio, jornal, teatro e cinema.  E esse início é algo recente, pouco mais de 50 anos.
Na maioria dos lares brasileiros o televisor ganha destaque principal na sala das residências, algumas possuem até a sala da TV. Os sofás e poltronas ficam voltados para o aparelho. Fenômenos como Roque Santeiro, da Rede Globo, fazem o país parar diante da TV, ou olhos perplexos de todo o mundo ao ver, ao vivo, aviões chocando-se contra as torres do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001.
A Televisão é formadora de opinião e de comportamento, aliando à velocidade da informação, o fascínio de suas imagens. O telespectador senta-se diante da tela da TV e acredita que o apresentador de um telejornal naquele momento está falando para ele. Nas palavras do jornalista Maurício Loureiro Gama, no início da TV: “No dia seguinte ao primeiro noticioso, Imagens do Dia, na Tupi de São Paulo, em 1950, fui abordado na rua Marconi por uma senhora que reclamou que ele havia sido arrogante, não falara 'com ela', que estava sentada diante da Televisão fazendo um crochezinho”. A partir daí, Loureiro Gama passou a escrever suas notícias como se fossem uma conversa com alguém, 'uma peça de teatro'. Chateaubriand telefonou para cumprimentá-lo por ser o único que sabia falar na Televisão. Com a ajuda de uma telespectadora, Gama tinha descoberto a diferença entre as duas linguagens, a da tevê e a do rádio.
Apesar de ter sido implantada há pouco tempo no Brasil, a importância da Televisão na Educação foi percebida já na década de 60 quando a TV Cultura de São Paulo com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo criam a experiência pioneira do ensino através da Televisão com um telecurso que prepara os candidatos ao exame de admissão ao ginásio (5ª à 8ª série). Inicialmente, os telecursos eram apresentados por professores. Com o passar do tempo, perceberam que apesar de ser um curso poderia ser mais atrativo e colocaram os artistas de novelas como apresentadores.

Já havia, no início da TV no Brasil, a preocupação de conteúdo na exibição de programas. Na teledramaturgia podia-se assistir a “Casa de Pensão” de Aluísio Azevedo, “O Guarani” e “Senhora” de José de Alencar, “Helena” de Machado de Assis, Érico Veríssimo, Nelson Rodrigues, Jorge Amado, Guimarães Rosa, além de autores internacionais como Victor Hugo, Shakespeare, Alexandre Dumas, Charles Dickens, “Éramos Seis” de Maria José Dupré.

A imaginação infantil alçou mais vôos com a adaptação do “Sítio do Pica-Pau Amarelo” de Monteiro Lobato que, de 1952 a 1964, encantou várias gerações. E depois de vários remakes, está de volta com mais tecnologia e mantendo a mesma inocência que tanto nos envolveu.

Vila Sésamo, na década de 70, foi a melhor adaptação mundial da série educativa norte-americana "Sesame Street", gravado nos modernos estúdios da TV Cultura em São Paulo, uma co-produção com a Rede Globo. Programa para crianças na idade pré-escolar que ensinava noções de tamanho, distância, números. Ganhou troféu Helena Silveira e da APCA como melhor programa cultural.

 
Vila Sésamo Vila Sésamo
Vila Sésamo - programa produzido pela Globo e TV Cultura de São Paulo
 
E a TV Cultura tornou-se especialista em programas infantis com conteúdos que fizeram dela a emissora mais premiada nessa categoria. Ela mostrou que era possível aliar educação, cultura e entretenimento e que podia ensinar e divertir. Lembrando: “Bambalalão”, “Catavento”, “Rá-Tim-Bum”.
A Televisão sempre nos permitiu estar em contato com a música de qualidade, os grandes concertos sinfônicos, a MPB, os festivais de Jazz e Blues e eventos internacionais que são trazidos para dentro de nossas casas.
Podemos acreditar na democratização do Ensino através da força de penetração da Televisão. Ela possibilita a transmissão de sinais, via satélite, que liva informações em tempo real a pessoas geograficamente distantes. A Educação e Conhecimento podem chegar mais perto das pessoas.
A Televisão consegue integrar todas as regiões do Brasil apesar de suas diferenças sociais, econômicas e culturais.
 
 
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